Maior motor de busca do mundo não consegue suportar uma rede social. A Google anunciou em outubro o fim da sua rede social “Google +”, após ter sido descoberta uma fuga de dados de clientes por terceiros. A empresa avança agora que a data prevista para o encerramento definitivo da plataforma será a 2 de abril de 2019.

DERROTAR O DONO DO FACEBOOK ERA O OBJETIVO

Este foi o primeiro erro cometido pelo gigante de buscas, num mercado que era dominado pelo Facebook, a Google muniu-se de coragem e embarcou na viagem de criar uma rede social. Esqueceu-se que o Facebook já contava com 250 milhões de utilizadores ativos e satisfeitos e os diferenciais que o Google + traziam não eram suficientes para fazer com que as pessoas abandonassem o Facebook.

O objetivo era muito claro: derrotar Mark Zuckerberg e afirmar-se nesse segmento. Mas a baixa adesão por parte dos utilizadores e o facto de a interação com a app ter sido muito abaixo das expectativas levou à derrocada do Google +. O insucesso chegou ao ponto de que 90% das sessões dos utilizadores na plataforma não durassem mais de 5 segundos. A velha premissa inerente a uma rede social que consiste em construir algo de pessoas para pessoas e ouvir o que os consumidores desejam foi esquecida, uma vez que a plataforma foi criada não para dar respostas às pessoas, mas sim para colmatar a sensação de ameaça que o Facebook trazia para o motor de busca americano.

Apesar das constantes melhorias nas funcionalidades e no design, a rede social não caiu no gosto dos utilizadores e foi sendo continuamente derrotada pelo Facebook. A própria transformação do Google + em dois produtos distintos, o Google Fotos e o Stream, converteu-se num erro a partir do momento em que a alteração de posicionamento da plataforma fez com que esta fosse uma espécie de transitário no meio dos serviços da Google. Além disso, a plataforma não era fácil e intuitiva, ao ponto dos utilizadores se perderem no meio da rede social sem conseguir encontrar os recursos que necessitavam. O produto Google+ foi algo controverso mesmo no seio do gigante americano, e segundo o Business Inside, nem os funcionários do Google acreditavam no sucesso do projeto.

A FALHA DE SEGURANÇA QUE A GOOGLE NÃO QUIS REVELAR E A DECLARAÇÃO DE ÓBITO DA REDE SOCIAL

Ao que parece, o escândalo da Cambrigde Analytics não atingiu apenas o Facebook. Poderá mesmo ter afetado a Google, pois a existência de uma falha de segurança terá  permitido o roubo de dados de milhares de utilizadores desde de 2015.

Apesar desta informação nunca ter sido confirmada pela empresa, a mesma alertou para a gravidade do problema. Os dados terão sido recolhidos através do desenvolvimento de aplicações e das APIs do Google.

Este problema acabou por ser a última página na história do Google +, que teve assim um final antecipado. Ninguém previa este precoce desfecho, mesmo tendo em conta a posição da Google enquanto um dos maiores expoentes no ramo da tecnologia a nível mundial. No entanto, a empresa não conseguiu suportar uma rede social que ficou aliada ao roubo de dados dos utilizadores e à imagem humanamente estéril e nada genuína da sua plataforma, o que acabou por ditar o seu fim.

Apesar de ser pioneira em algumas questões importantes para o desenvolvimento da tecnologia e das empresas e sobretudo em algumas ideias inseridas na Google +, tais como o círculos de amigos e o Hangouts (que mais tarde foram copiadas pelo Facebook), a Google sai derrotada da batalha das redes sociais, mantendo apenas os seus serviços restringidos aos clientes empresariais através do G Suite.

Continue a par de todas as novidades e tendências do mundo do Marketing Digital com o blog da Sanzza. Conteúdos semanais para que possa aprender todas as dicas e melhorar a sua presença online através do uso das mais variadas ferramentas.