Desafios da usabilidade na Internet nesta nova era

Na última década, a Internet sagrou-se como um poderoso meio de redemocratização dos povos. Apesar das disparidades socioeconómicas nas diversas regiões do globo, as Novas Tecnologias – e a usabilidade da Internet – desempenham hoje, um papel fulcral na atividade económica, na definição da qualidade de vida dos cidadãos e das suas práticas culturais.

Os computadores já fazem parte do nosso quotidiano e a rede mundial (Internet) tornou-se omnipresente, influenciando o comportamento humano e ditando tendências. Diante da forte influência dos novos meios tecnológicos, surge a preocupação não só com o conteúdo dos websites, mas também com a sua forma, de modo a que não sejam promotores da infoexclusão. É crescente a preocupação com a acessibilidade por parte dos desenvolvedores dos sistemas interativos. Indivíduos portadores de alguma deficiência física também têm direito ao acesso a estes conteúdos. Há que ter em conta que há milhões de utilizadores na terceira idade, que ao contrário dos nossos filhos, não nasceram com a internet.

Ao contrário do que acontecia nos Anos 80, onde o desenvolvimento das aplicações era direcionado ao utilizador especializado, hoje, as interfaces visam o utilizador novato, sem conhecimentos do sistema e do seu funcionamento. As interfaces de uma aplicação computacional envolvem todos os aspectos de um sistema com o qual mantemos contacto, física, perceptiva ou conceptual (Morin, 1981) e é através destas, que os usuários têm acesso às funções da aplicação.

Outro facto a ter em consideração diante das mudanças ocorridas nos últimos 10 a 20 anos, é o factor custo. Antigamente os computadores eram muito caros e os esforços estavam centrados na máquina, hoje, o interesse visa as pessoas e as interfaces homem-máquina. Estar na Web, significa uma constante decisão de ‘compra’, ou o site satisfaz o utilizador, ou este o abandonará antes que a ‘compra’ seja efectuada. É neste contexto que se aplica, por exemplo, a regra dos 3 cliques, o utilizador tem que encontrar rapidamente o que procura sob pena de desistir da ação, o ideal é que não tenha que dar mais de 3 cliques para aceder ao conteúdo que deseja.

Muito diferente dos softwares tradicionais, a Web constitui uma nova plataforma de comunicação, com características especiais, como o acesso remoto a dados, grafismos que mudam de lugar, exibição dinâmica de informações, entre outras. Daí o sucesso da gigante Apple que cria interfaces “fáceis” e intuitivas, quase extensões do nosso pensamento e esta tendência tem vindo a ganhar terreno com outros gigantes tecnológicos.

Há muitos desafios para o estudo da usabilidade na internet, entre eles: a visibilidade das páginas na Web pode mudar de uma máquina para outra, a navegação é não linear, o ciberespaço é complexo e a nova linguagem do meio digital é mutável. É diante de tantos desafios que surge a preocupação em avaliar os produtos em relação à sua funcionalidade e interação. Entram em voga conceitos como usabilidade, relacionado com a facilidade e eficiência de uso e aprendizado, e comunicabilidade, que busca avaliar o processo implícito de comunicação design-utilizador, através da interface.

Neste contexto, faz todo o sentido a adoção por parte das empresas e marcas, de plataformas online ultra-responsive e no percurso, em voga o conceito mobile friendly, à medida que grande parte dos utilizadores já acede à internet através de dispositivos móveis. Tendo em conta o ritmo frenético com que buscamos informações, e que o ouro do século é o conteúdo, um telemóvel é o instrumento perfeito da representatividade da loucura cibernética imparável e potenciadora do conceito aldeia global, onde as redes sociais encurtam a distância entre continentes, fazem do mais desconhecido uma ilustre celebridade e redemocratizam o direito ao sucesso e à notoriedade ao mais simples dos mortais ou à mais pequena das marcas. Neste ambiente, todos podemos ser gigantes, se trabalharmos bem a experiência dos utilizadores e tivermos em conta a usabilidade das nossas plataformas ou a usibilidade da própria internet.

Bibliografia

MALHEIRO DA SILVA, Armando. A informação. Edições Afrontamento, 2006, Porto.

MISSÃO PARA A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO. Livro Verde para a Sociedade da Informação, 1997.

ROCHA, Heloísa; BARANAUSKAS, Maria. Design e avaliação de interfaces humano-computador. São Paulo, IME-USP,2000 (Escola de Computação,2000).

SOUZA, Clarisse; LEITE, Jair; Prates, Raquel; Barbosa, Simone. Projeto de Interfaces de Usuário: Perspectivas Cognitivas e Semióticas. In: XIX Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Computação, 1999, Rio de Janeiro. Anais do XIX Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Computação.

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